sábado, 22 de janeiro de 2022

A desconversar não nos entendemos

Se antes era Fado, Fátima e Futebol, como certos iluministas dos tempos diziam, agora é bem pior. Somem-lhe pois ocasiões de horror, injustiças, intolerâncias, corrupções, desamores políticos, ditos por não ditos e outros que tais finamente ramificados. E então aquelas “conversas em família” postiçamente desavinda, digo eu, a que alguns também chamam de debates para as próximas legislativas? Um verdadeiro desconjuntamento ordenado, mas numa confusão ardilosamente estruturada. É vê-los controlando as respostas dadas com as perguntas esperadas. E se o “entrevistadeiro”, ou mesmo o “comentadeiro”, for da família do que deve dar respostas, então aí é que a coisa fica linda de morrer. Será que ninguém ousa ver que, porque um peso o quanto é peso pende, e quanto pende depende e assim sempre descende? Entre Fado, Fátima, Futebol e a política fingida de hoje para pacóvio ver, há diferenças marcantes, ou seja, algum cinismo no primeiro caso, nenhuma virtude no segundo. Muito alto podeis falar quase todos, porque pouco sabeis dizer, sendo sorte vossa que liberdade ainda não signifique libertação. Na ponta final da escala, bem-vindos sejam os que fogem a esta rotinização do parecer bem fazendo mal. Ainda os há, embora poucos!


Mário Rui
___________________________ _____________________________

Sem comentários: